segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sonhei que beijei um anão, botei ele na 'cacunda' e saí andando.

Ok. É engraçado. É a parte que eu contei para os amigos no msn..



Só que também sonhei que perguntei para o meu pai se ele iria ao meu enterro.

Sonhei que o encontrei na entrada do meu quarto, tentando ajudar alguém a encontrar o banheiro. Assim que ele me reconheceu, tentou fugir, escapar... Me desesperei na beira da escada, tentando fazer ele me ouvir. Perguntei chorando: PAI, TU VAI NO MEU ENTERRO?

Foi quando ele me olhou nos olhos.

Next thing I know, nós estávamos sentados no chão do quarto da minha mãe.. Ele colocou o celular no chão e perguntou "Tu te importa se eu gravar essa conversa? Minha psicoterapeuta vai querer ouvir depois"

...

Eu disse que queria morrer. Porque se eu morresse, ele aprenderia a dar valor para a família que ele largou e também tentou destruir.

Eu disse que estava disposta morrer, que estava doente e cansada de tudo. Expliquei o que eu sinto quando entro em 'pânico' e que já que eu não estava mais funcionando bem, eu poderia morrer para que ele finalmente pudesse enxergar as consequências de todos os seus atos. Para que, quem sabe então, ele voltasse a ser bom pra minha mãe e irmã.

Ele disse que também estava doente, que perdia a noção do próprio corpo, do espaço e do tempo- assim como eu,  mas que tinha câncer, além de tudo.  Jogou as cinzas do cigarro no chão porque eu deixei.

Minha mãe, enquanto isso, ligava pro meu psiquiatra nervosa, falando que eu queria morrer..

Meu pai aceitou me matar (ou assim eu me lembro).

Disse que eu não sentiria nada. Chegou bem perto de mim com um pedaço de arame, ou sei lá o que, e me enforcou.

Morri e acordei chorando.



Sim, foi só um sonho. Que fundamento tem isso? Sonhei que beijei um anão na mesma noite.

Só que foi exatamente por meus sonhos nunca terem sentido algum, que este me chamou atenção.



Não me considero suicida, nem um pouco. A época de querer morrer já passou. Agora eu quero viver por mais tempo possível e me arrependo de toda e qualquer vez que  já desejei morrer.

Tendo dito isto, confesso que já pensei "e se eu morresse? Será que meu pai iria ao meu enterro? Será que ele se culparia pelo mal de me fez? Será que tentaria reparar os erros do passado fazendo o bem para os que restassem? Deixaria sua outra filha viver sem pai, ou aprenderia a ser pai de novo?"



São ideias que passam pela minha cabeça... "Se eu tivesse uma doença mortal, ele me visitaria no hospital? Ele me pediria desculpas? Será que só assim nós iríamos nos entender e viver bem como uma família?"

Aí logo já penso que nem assim... nem doente, nem viva, nem morta! Ele não se importa porque na cabeça dele, ele é a vítima.

...

Eu não tenho um pai ausente.

Meu pai está presente em todos os dias da minha vida.

Todo dia ele está aqui nos processos judiciais

Tentando me tirar a casa e o alimento,

minha saúde e meu estudo.

 Não lembro mais do rosto dele, mas sinto a falta de um pai.

Do meu pai.

Tenho carinho pelas poucas lembranças que tenho

e saudade do homem que minha mãe conta que um dia ele foi.



Mesmo que eu desistisse de tudo,

e me desvencilhasse de tudo aquilo que é ou um dia foi dele

Mesmo assim ele não sairia de dentro de mim.

Ele invade o meu sangue e coração

O pai que eu queria que fosse pra mim e a pessoa que eu sou.

Metade de mim é dele

e ele não sabe disso.







 Hoje eu acordei chorando porque eu não queria que meu pai tivesse aceitado me matar no sonho. Queria que ele insistisse para que eu continuasse viva. Mas não foi o que aconteceu.

Nem no sonho, nem na vida real.

A cada dia que passa ele me dá motivos para querer desistir.. Eu caí um tombo feio agora, tô caída no chão me recuperando.

MAS EU NÃO VOU DESISTIR.

EU VOU VENCER.

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